Quando pensamos em investimentos, são tantos nomes que ficamos até perdidos. CDB, ações, previdência privada, fundos, LCI e tantos outros. Um verdadeiro mar de informações!
Ao mesmo tempo que essa enorme variedade de nomes representa uma maior liberdade de escolha para o investidor, esse excesso de opções pode confundir as pessoas, fazendo com que elas tomem más decisões em relação a onde aplicar o seu dinheiro. Elas, na maioria das vezes, acabam seguindo dicas de algum Youtuber, do gerente de seu banco ou de amigos, levando-as a fazer aplicações que não estão realmente diversificadas e não são adequadas ao seu perfil de investidor ou aos seus objetivos. Além de confundir, essa enorme variedade pode também espantar muitas pessoas, pois elas tenderão a achar que investir é muito complicado, e acabarão por deixar o dinheiro parado, por exemplo, na caderneta de poupança ou na conta corrente, desperdiçando um enorme potencial de rendimento em outras aplicações financeiras.
Vamos esclarecer uma coisa
Em primeiro lugar precisamos esclarecer um conceito aqui: todos esses nomes citados acima, e os outros nomes relacionados a investimentos que ouvimos normalmente, NÃO SÃO tipos de investimentos.
Sim, você leu certo:
CDB, ações, LCI, fundos imobiliários e outros, NÃO SÃO TIPOS DE INVESTIMENTOS !!!
Eles são PRODUTOS de investimentos, mas o que à primeira vista parece apenas uma diferença de conceito, esconde uma verdadeira armadilha, pois quando achamos que cada produto é um tipo diferente de investimento, podemos acabar aplicando dinheiro em produtos muito parecidos, achando que estamos diversificando adequadamente nossa carteira de investimentos, mas na verdade estamos colocando “todos os ovos na mesma cesta” sem saber. Se você quiser que eu faça um artigo sobre a importância da diversificação dos seus investimentos, pode deixar um comentário abaixo.
Os tipos de investimento
Quando analisamos as características principais dos diferentes produtos de investimentos existentes, percebemos que podemos classificá-los em grupos, e estes sim são os TIPOS de investimento, pois cada tipo, ou grupo, reúne produtos de características semelhantes entre si. E apesar desse verdadeiro oceano de informações, que confunde e espanta tanta gente, o número de tipos de investimentos é de apenas dois !
Só existem DOIS tipos básicos de investimentos: RENDA FIXA e RENDA VARIÁVEL
Isso mesmo! Basicamente todos os produtos de investimento, em função de suas características, podem se encaixar em um dos dois tipos de investimentos acima: renda fixa ou renda variável. E essa é uma classificação oficial, usada inclusive para o pagamento dos impostos. Há só um outro tipo de investimento, chamado de Multimercado, que é basicamente uma mistura dos dois. Por exemplo, um fundo de investimentos multimercado terá parte de seu portfólio em produtos de renda fixa e parte em produtos de renda variável.
As características de cada um desses dois tipos são bem marcantes, e elas sim mostram produtos que são bem diferentes ou bem parecidos entre si. Na tabela a seguir você pode ver o resumo dessas características.
RENDA FIXA | RENDA VARIÁVEL |
Empresto meu dinheiro a alguém, que promete me devolver com juros | Compro algo, que passa a ser meu |
Regras de remuneração do capital definidas no momento da aplicação | Não tem regra nem compromisso algum de remuneração do capital |
Imposto de renda é retido na fonte, e sobre os rendimentos | Imposto de renda é recolhido pelo proprietário, e sobre o ganho de capital |
Perceba que as diferenças são muito marcantes. A renda fixa é um empréstimo, ou seja, o dinheiro sai do seu bolso, sai do seu poder, para ir para as mãos de alguém, que usará esse dinheiro em suas atividades, e tem o compromisso de te devolver com juros, de acordo com o índice que for combinado no momento em que a aplicação é feita. Nesse artigo aqui eu explico mais sobre juros, e se você quiser que eu escreva um outro sobre os diferentes índices da renda fixa, deixe nos comentários. No momento da aplicação, portanto, já são fixadas as regras da remuneração do capital que você está emprestando, como o índice de reajuste, o prazo e as condições para saque antecipado, e é por isso que ela tem esse nome, porque a regra já é fixa. Já na renda variável, você está comprando alguma coisa (o produto de investimento), e como não está sendo feito nenhum empréstimo, ninguém tem obrigação de te pagar qualquer tipo de juros ou coisa parecida. Você compra o produto, e se quiser o seu dinheiro de volta, terá que vendê-lo para alguém. Nesse meio tempo o preço pode subir ou descer, muitas vezes variando bastante, e por isso o nome Renda Variável.
Veja abaixo alguns exemplos de produtos de cada um desses tipos de investimento.
Exemplos de produtos de renda fixa:
- Fundos de renda fixa
- Títulos do tesouro direto
- CDBs
- Debêntures
- LCI / LCA
Exemplos de produtos de renda variável:
- Ações
- Fundos de ações
- Fundos de investimento imobiliário (FII)
- Empresa
- Imóveis
Veja que essa classificação bate perfeitamente com a tabela das características acima. Por exemplo, quando você aplica em um CDB, você está emprestando dinheiro para o banco, que irá te devolver posteriormente com juros, de acordo com as regras fixadas no momento em que você investiu, ou seja, no dia em que você aplicou no CDB já foram definidos o prazo para o banco te devolver o dinheiro e o índice que será usado para calcular os juros que o banco vai te pagar. Por sua vez, um imóvel que você tem como investimento, como por exemplo uma casa que você aluga, muitas pessoas podem pensar que é renda fixa, pelo fato de o valor do aluguel ser praticamente o mesmo todos os meses, mas não! O imóvel é um bem que você comprou e passou a ser seu, o preço dele varia ao sabor do mercado e caso você queira transformá-lo em dinheiro será necessário vendê-lo.
Saber que existem apenas dois tipos de investimentos e conhecer suas características e as diferenças básicas entre eles é fundamental para que o investidor, especialmente o iniciante, não se confunda com a enorme variedade de produtos existente, podendo fazer a diversificação de sua carteira de investimentos de forma muito mais adequada, e é importante também para que o possível investidor não se espante com a enorme quantidade de produtos, o que faria com que ele deixasse de investir em produtos financeiros excelentes, com enorme potencial de retorno. Aliás, um ótimo exercício para você fazer agora seria olhar os diferentes produtos que você já tem em sua carteira de investimentos, e classificar cada um deles em renda fixa ou renda variável.
O que achou deste artigo? As informações foram úteis? Você já tinha percebido que, de todos esses nomes difíceis de investimentos, eles estão classificados em apenas dois tipos? Já havia parado para pensar que imóveis para aluguel são investimentos de renda variável? Por favor, deixe nos comentários o que achou dessas informações, e pode deixar alguma dúvida ou sugestão sua também.
Nos vemos no próximo artigo.
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